Oi, Marcus aqui.
Email chato e meio deprê hoje. Sinto muito. É a vida.
No dia 11 de Outubro, um ucraniano chamado Konstantin Kudo se matou dentro de sua Lamborghini.
Não sei muita coisa sobre ele. Nunca havia ouvido falar nele. Só fiquei sabendo agora, com a notícia correndo pelo mercado.
Sei que ele era um especialista em criptomoedas e, até onde eu pude entender, mais especificamente de trading de criptomoedas.
Motivo do suicídio: o mercado dele teve uma baixa agressiva, ele perdeu dinheiro, entrou e depressão, e decidiu tirar sua vida.
No Instagram: carros caros, performance, números. Na vida real: o fim da vida.
Não é estranho pensar que um cara cheio da grana e de carros caros tirou sua vida por não ter dinheiro suficiente?
A gente vive em tempos estranhos.
A gente vive em tempos de ultra perfeição: barrigas chapadas, carros caros, rostos simétricos, dinheiro infinito, viagens caras, vidas perfeitas, famílias felizes, homens “masculinos” e mulheres “femininas”, e por aí vai.
Faz um exercício aí, quando tiver de bobeira: vai ver como eram as pessoas mais bonitas de quando você era adolescente. Vai lá. Pesquisa no Google por “[nome da pessoa] + anos 90”.
Você vai ver que a pessoa mais linda de todos os tempos não chega nem nos pés da influenciadora mais meia boca que tem no Instagram hoje em dia. Impossível.
A régua é muito alta.
E é alta pra todo mundo.
É alta pra quem consome o conteúdo e, mesmo sem perceber, se compara com o que vê. Se sente pobre, feio, indevido, infeliz, desmotivado, indisciplinado.
E é alta pra quem produz esse conteúdo, tendo que sustentar uma vida impossível na frente das telas.
Hoje eu sentei na escada da nossa varanda com a Myca. Tomamos sol juntos, abraçamos o Bento, bebemos um café fresco, e falamos sobre isso.
Falamos sobre o quanto nós dois soubemos nos blindar muito desse efeito de comparação nesses 10 anos de digital. Sempre priorizamos a família, a verdade, a simplicidade, a natureza, a espiritualidade.
E mesmo assim, às vezes a gente se pega se sentindo inadequado.
Porra, que coisa louca. Eu ganho, por mês, só de salário, literalmente 50x mais do que eu ganhava há 10 anos atrás. Dá pra entender isso? Fora divisão de lucros, etc… e mesmo assim, existe uma partezinha de mim que não se sente “rico o suficiente”.
É bizarro isso.
Não ache que o problema é o mercado de infoprodutos/marketing digital, tampouco.
Esse é um problema da nossa geração e da tecnologia que criamos.
Tecnologia maravilhosa por tantos lados, e destruidora por tantos outros.
Quem sofre com essa comparação não é só a gente: é a sua filha adolescente, que com 12 anos já fala de botox. É o seu filho de 8 anos que quer ter a casa igual à do YouTuber favorito dele. É a sua mãe, seu pai, sua tia. Todo mundo tá de frente pra isso.
Portanto, meus amores, se cuidem.
Se cuidem mesmo. Se protejam.
Orem. Meditem. Fiquem em silêncio.
Tomem cuidado com suas ambições. Que elas sejam saudáveis, divertidas, leves… e não pesadas, carregadas de inveja e desejo inútil.
E, acima de tudo, que elas não te definam.
Sobre mim, tudo que sei é: sou Marcus. Filho do Adailton e da Elaine, irmão do Vitor. Marido devoto da Myca. Pai apaixonado de 4 crianças. Filho amado de Deus.
Todo o resto… a pequena fama, o dinheiro, a autoridade…
… é só resto.
Se divirtam, meus queridos. Vivam, enquanto há tempo!
Com amor,
Marcus
